quinta-feira, 3 de maio de 2007

Quanto mais mexe...

Cocozinho era expansiva embora reservada. Era muito espirituosa e queria que todos a admirassem. Gostava de conversar, mas só com gente da sua classe.
O ruim era quando estava fresca, aí a cocozinho se mostrava bem. Se esparramava por toda a parte, de acordo com a sua vontade, e com todo aquele enjôo, era triste. Não queria mais se mover do lugar e virava um terrível cocozinho mole. Não chegava a ser insuportável porque além de todo mundo gostar da cocozinho, mais por costume que por prazer, ela era necessária. Durinha, com tudo em cima, suas formas e seu perfume já eram conhecidos e todos de algum modo faziam questão de tê-la por perto.
Não era boa de papo, mas também como conversar com cocô? Serve para várias coisas, mas não dá para se divertir muito. Mostrar, exibir, mas não tentar um contato maior - isso era impossível para a cocozinho.
Cocozinho, às vezes, saia e ficava só, num canto. Pensando? Não, que cocô não pensa. Continuava querendo chamar a atenção, mas ficava isolada – não para refletir - mas para não se misturar ao resto daquela merda toda.

Nenhum comentário: