sexta-feira, 6 de agosto de 2010

PIETA - Capítulo 1

Quando seu filho sofreu o grave acidente, Mariana ficou desolada. Um menino tão jovem, no auge de sua adolescência, sendo vitimado de maneira tão estúpida. Um garoto tão ativo e saudável, agora preso a uma cama, inerte.

Ficou feliz quando, aos poucos, Cristiano começou a melhorar – embora tivesse ficado com profundas seqüelas neurológicas: andava, mas cambaleando; falava, mas balbuciando; entendia o mundo ao seu redor, mas distorcido.

Sua tristeza aumentou quando o menino voltou a freqüentar a escola. Logo foi chamada, não porque ele tivesse dificuldade no aprendizado ou sofria bulling devido a sua deficiência – era ele que estava causando problemas na escola. Devido à lesão no seu cérebro, já não sabia o que era certo ou errado moralmente e começou a descontar sua libido em todas, todas as mulheres da escola. Agarrava as colegas, passava a mão nas professoras, esfregava-se nas inspetoras, até a senhorinha do portão era alvo de sua libido sem limites.

A mãe, a princípio, não soube o que fazer. Seguindo a sugestão da escola, procurou tratamento psiquiátrico para o filho. Em vão. Na primeira semana, tentara agarrar a terapeuta que fez um diagnóstico rápido e sugeriu um tratamento bem específico: o menino deveria aliviar essa tensão sexual que carregava, direcionando-a.

Pensou em prostitutas, mas a ideia de entregar seu filho a uma estranha, e depois ainda pagá-la por isso, assustava-a. Seu filho jamais arrumaria uma namorada, ele mal conseguia falar, babava e, ainda por cima, atacava qualquer mulher que chegasse perto.

Foi quando, ao dar banho nele, notou sua ereção no momento em que o ensaboava. Logo percebeu que ele apertava seu seio e a olhava com olhar de cachorro com fome. Pensou nos sermões da igreja, na primeira vez que o viu na maternidade, nos anos de solidão depois que seu marido a abandonara, no que pensariam os vizinhos, mas - quem saberia? Não deixava de ser uma parte de amor materno, o mais incondicional e sacrificante de todos os amores – e colocou seu seio na boca do filho como havia feito muitos anos antes...

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